A forma como Paulo Sérgio e os irmãos administram a propriedade é exemplar. Na pecuária, é praticado um sistema de rotação de pastagens para não degradar o solo. Também são feitos investimentos em melhoramento genético para o rebanho. “Enquanto a média da Amazônia é de menos de uma cabeça de gado por hectare, a minha já superou 2,5”, destaca.
Ele investiu em um plantio de seringueiras que já começa a dar resultados e, que em 2012, poderá produzir 80 toneladas de borracha por ano. Os tanques de pirarucus também já apresentam bons resultados e o produtor projeta vendas anuais de até 60 toneladas do pescado em um futuro próximo. “A chave está em diversificar a produção”, ensina Paulo Sérgio, com experiência de quase 40 anos de atividade agropecuária no Acre.
O fazendeiro também considera de fundamental importância a conservação dos percentuais de reserva legal e das áreas de preservação permanentes (APPs) na propriedade. “O bom produtor tem consciência de que é preciso manter essas reservas”. O resultado se manifesta não apenas na produtividade, mas também na biodiversidade local: pássaros de diversas espécies e animais como pacas, cotias, veados, macacos e até onças são vistos por lá.
A fazenda é considerada modelo de produção sustentável no Acre. Frequentemente, a família de Paulo Sérgio recebe estudantes universitários e pesquisadores, inclusive de instituições estrangeiras, para observar os métodos de manejo empregados, que alcançam resultados de produtividade e conservação da biodiversidade.
Paulo Sérgio Peres, que sempre respeitou a legislação ambiental, teceu severas críticas à anistia dada a quem desmatou ilegalmente até 2008, pelo substitutivo ao Código Florestal aprovado na Câmara dos Deputados em maio deste ano. “Confesso que me senti injustiçado com esse perdão. Fui seguir a lei e outros derrubaram tudo, ganharam muito dinheiro e agora vai ficar por isso mesmo. Falaram várias vezes para eu derrubar tudo e eu decidi respeitar a lei”, conclui.
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