Os humanos não são as únicas vítimas da falta de chuvas na última temporada de precipitações na faixa do Sahel, no oeste africano: a fauna de países como Burkina Fasso também está mudando seus hábitos em sua busca por água.
"Notamos uma migração de animais fora de seu território no leste e nordeste (de Burkina Fasso). A escassez de água causou estas migrações antecipadas de elefantes e búfalos. Não será surpresa se os leopardos seguirem os leões e os búfalos", advertiu Urbain Belemsobgo, representante do Ministério da Fauna.
Os búfalos estão há alguns meses rondando alguns povoados do leste do país em sua luta para beber água: "Algumas vezes seguem o gado para encontrar o pasto", explica Arzouma Tindano, morador da localidade oriental de Bogandé.
De acordo com Celestin Zida, funcionário do Ministério do Meio Ambiente no leste do país, "os leões abandonaram seu habitat e mataram os macacos da região".
Além disso, Zida relata que "vários moradores reclamam que os animais selvagens destruíram seus celeiros."
Em novembro, o Governo já notara alterações pelo desaparecimento dos charcos usados pela fauna local para beber água.
Em novembro, o Governo já notara alterações pelo desaparecimento dos charcos usados pela fauna local para beber água.
Pierre Kafando, coordenador nacional do Parque Transfronteiriço W (chamado assim pelo formato do rio Níger ao passar por essa região), garantiu que se trata de uma "situação catastrófica" à qual alguns pequenos mamíferos, como veados e alguns primatas, não conseguirão sobreviver.
"Dentro do parque (de 10 mil quilômetros quadrados e partilhado com Benin e Níger) temos sempre uma média de 950 milímetros de chuva por metro quadrado, mas este ano choveu entre 600 e 650 milímetros", informou Kafando.
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