terça-feira, 28 de agosto de 2012

0 Operação contém desmate e gera alforria a 35 ‘escravos’

Vinte e dois dos desmatamentos identificados pela operação Labareda foram flagrados na Floresta Nacional (Flona) de Altamira, uma unidade de conservação de uso sustentável de 689 mil hectares
Uma operação conjunta do Ibama, da Secretaria de Meio Ambiente do Pará (Sema) e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) interrompeu, em apenas dez dias, 30 desmatamentos ilegais na região de Novo Progresso, que inclui parte do sul de Altamira e Itaituba, no oeste do Pará.

Com a intensificação da fiscalização, que conta também com o apoio da Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar do Pará e Força Nacional, os órgãos ambientais estadual e federal já aplicaram R$ 51,7 milhões em multas, embargaram 15 mil hectares de áreas irregularmente desflorestadas, desmontaram três acampamentos e libertaram 35 trabalhadores mantidos em situação análoga à escravidão.

De janeiro a agosto deste ano, a região de influência de Novo Progresso acumulou cerca de 17 mil hectares de novas áreas desmatadas (4,5 mil em Novo Progresso, 9,7 mil em Altamira e 3 mil em Itaituba), segundo dados do sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Isso corresponde a mais da metade dos desmates ocorridos no Pará em 2012, que somaram 33,5 mil hectares.
"Vamos responder ao aumento do desmatamento com a presença de várias instituições federais e estaduais envolvidas no combate à exploração não sustentáveis da floresta", diz o coordenador da operação Labareda, o analista ambiental Paulo Maués.

ATAQUES
Vinte e dois dos desmatamentos identificados pela operação Labareda foram flagrados na Floresta Nacional (Flona) de Altamira, uma unidade de conservação de uso sustentável de 689 mil hectares. Em apenas um deles, 1,5 mil hectares de matas virgens foram danificados e estavam sendo preparados para a queima. Se não fossem interrompidos pela fiscalização, os desmatadores planejavam derrubar um total de quatro mil hectares e montar uma fazenda de gado na área protegida, o que não é permitido.

Além do dano ao meio ambiente, 14 trabalhadores faziam a derrubada em situação de extrema exploração. Haviam sido levados à Flona com a promessa de receber R$ 31 mil por cada área de mil hectares desmatada. Mas, depois de deixados isolados na floresta, eram informados que teriam de pagar por tudo que precisassem: lona da tenda, alimentação, remédios. Até as motosserras e o combustível usados no desmatamento eram cobrados.

Ao final da empreitada, estavam endividados, e muitos receberiam menos de R$ 1 mil. Com a chegada da operação, os responsáveis pelo desmate foram multados pelo Ibama e MTE, além de terem de pagar os salários e indenizações trabalhistas devidas a todo o grupo.

Foto: Nelson Feitosa/Ascom Ibama

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