segunda-feira, 30 de abril de 2012

0 Mobilizações nas redes sociais pressionam Dilma Rousseff a vetar novo Código Florestal

Flavia Bernardes
É clara a insatisfação da população, ambientalistas e cientistas após a aprovação, nessa quarta-feira (25), do novo Código Florestal, pela Câmara dos Deputados. A reação às modificações tomou as redes sociais, com frases de protesto e de frustração. Essas fomentam ainda mais um movimento iniciado antes mesmo do texto retornar à Casa, reivindicando veto total da presidente Dilma Rousseff ao texto.
Campanha que circula na internet conclama os brasileiros a assinarem documento para ser endereçado a Dilma. Até a tarde desta sexta-feira (27), 33.083 pessoas já haviam assinado o documento, no endereço http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Participe/Ciberativista/Codigo-Florestal-veta-Dilma1/. Além disso, o sistema “Fale com a Presidente”, no site do governo federal (WWW.planalto.gov.br), também vem sendo utilizado pela população para pressionar a presidente. Os endereços vem sendo amplamente divulgados nas mídias sociais, inclusive, por representantes da sociedade civil organizada capixaba.
Para o Movimento Salve o Código Florestal - ES, há ainda outra forma de reverter esta situação. No endereço http://www.ligadasflorestas.org.br/ também é possível assinar petição pelo desmatamento zero. O objetivo é levar ao Congresso Nacional uma lei popular pelo fim da destruição das florestas. Até o fechamento desta edição, 159.957 pessoas já haviam assinado em favor da proposta.
A pressão popular também ecoa em Brasília, conforme relatado pelo deputado federal Audifax Barcelos (PSB), um dos quatro parlamentares – de dez parlamentares ao todo - da bancada capixaba que votaram contra o texto-base da Câmara. Segundo ele, a expectativa é que a presidente vete o texto, visto que a pressão é muito forte neste sentido. O deputado considera que, no caso do veto, é improvável que a Casa derrube a decisão da presidente.
Conforme ressaltado pelo ex-secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente João Paulo Capobianco, o Código vem sendo classificado como um retrocesso inédito na história da legislação ambiental brasileira.
Para a ex-ministra Marina Silva, em artigo para o jornal Folha de S. Paulo, a presidente Dilma terá que decidir qual modelo de desenvolvimento quer para o País. “Não dá para ter na mesma base de apoio o sonido da motosserra e o canto do uirapuru. Agora, resta a ela usar seu poder de veto ou compactuar com o que está posto. Chegou a hora da verdade. Veta, Dilma. Veta tudo, não pela metade", enfatizou.
Segundo Marina, o processo do novo Código Florestal é claramente errado, visto que a maioria dos parlamentares está na contramão da vontade da maioria da sociedade. É tudo, menos florestal, disse a ex-ministra.
Com um placar de 274 votos a favor, 184 contra e duas abstenções, a maioria dos parlamentares da bancada capixaba votou de acordo com os interesses ruralistas. Foram os casos de Manato, Sueli Vidigal e Jorge Silva, do PDT; Lauriete (PSC) e Lelo Coimbra e Rose de Freitas, do PMDB. Todos eles chegaram a receber um documento enviado pela sociedade civil organizada pedindo a não aprovação do novo Código Florestal.

Já os deputados federais Audifax Barcelos (PSB), César Colnago (PSDB), Iriny Lopes (PT) e Paulo Foletto (PSB) se manifestaram contra a proposta, defendendo a manutenção do texto aprovado no Senado.
O novo Código Florestal mantém modificações que atendem exclusivamente ao setor agropecuário. A Câmara derrubou a exigência do texto aprovado no Senado, de recuperação das margens de rios com mais de 10 metros de largura, que deveriam recompor entre 15 e 100 metros de vegetação do que foi desmatado. Só permaneceu a exigência de os produtores recuperarem 15 metros às margens de rios mais estreitos.

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