A área de desmatamento nos nove Estados pertencentes à Amazônia Legal cresceu 27% desde agosto de 2010 até abril deste ano. Os dados são do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e revelam que a área composta por florestas derrubadas totalizou 593 km² somente no Acre, Mato Grosso, Maranhão, Pará, Rondônia e Roraima.
Entre os Estados, o que mais se destacou foi o Mato Grosso, que teve um crescimento de 47% em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com uma hipótese levantada pelo Ibama, o aumento expressivo é relacionado à possível aprovação do novo Código Florestal, que estaria incentivando grandes agricultores a desmatarem áreas de preservação na expectativa de serem anistiados pela nova legislação.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, classificou a situação como "preocupante" e disse que o governo criou um gabinete para averiguar o crescimento, mas negou que ele tenha relação com a possível aprovação do novo Código Florestal. "Ainda não podemos citar quais as razões para esse pico de desmatamento", disse a ministra.
Fazem parte do gabinete os ministérios do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia, o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e Polícia Federal, entre outros órgãos. Ainda de acordo com a ministra, investigações preliminares destas organizações detectaram o uso de "correntões" puxados por tratores para derrubar árvores numa espécie de 'arrastão', o que há muito tempo não era visto.
Izabella Teixeira ainda ressaltou que, durante as investigações, o agricultor que for pego com gado ou plantação em área desmatada terá o animal ou produto apreendido e encaminhado ao Programa Fome Zero. "Quem estiver desmatado para abrir pasto, vai ter o boi apreendido e doado ao Fome Zero. Quem plantar em área desmatada, vai ter o produto doado para o Programa Fome Zero", disse.
Política Preventiva
Em pronunciamento feito nessa quarta (18), o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, afirmou que novas medidas preventivas estão sendo tomadas para combater o desmatamento na Amazônia. Segundo ele, informações fornecidas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT), via monitoramento por satélites, passarão a ser exibidas pela internet em tempo real para reforçar o trabalho de fiscalização em campo, principalmente nas áreas embargadas pela justiça.
"Esse trabalho conjunto vai trazer respostas bem rápidas e mais eficientes pra gente poder documentar o que aconteceu, sustentar juridicamente o Ministério Público e, ao mesmo tempo, melhorar a nossa política de prevenção com dados de qualidade em tempo real. E nós estamos trabalhando integralmente, mobilizados e juntos”, disse Mercadante.
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